Lançado em março deste ano, o programa Bahia Sem Fome (BSF), através de um conjunto de ações envolvendo servidores públicos e voluntários sociais, já arrecadou mais de 875 toneladas de alimentos. Até o início de setembro, 80 mil famílias moradoras dos 27 Territórios de Identidade foram alcançadas com a distribuição de 662 toneladas.
Com foco principal na segurança alimentar e nutricional, o BSF ganhou um reforço com o lançamento do Programa Brasil Sem Fome no final de agosto.
De acordo com números da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), na Bahia cerca de 1,8 milhão de habitantes estão vivendo com insegurança alimentar grave. No Brasil, a estimativa é de mais de 33 milhões passando fome.
Para o governador Jerônimo Rodrigues, a iniciativa do governo federal “está alinhadíssima” com as ações que estão sendo implementadas no estado. Os dois programas tem como principais linhas comuns mais do que resolver pontualmente o problema da fome com arrecadação e distribuição de comida.
No recém lançado Brasil sem Fome, a transferência de renda e produção de alimentos saudáveis fazem parte de 80 ações que visam estruturar as pessoas de modo que resgatem sua autoconfiança e consigam participar de forma ativa e positiva nas comunidades em quem vivem.
Qualificação
A capacitação e qualificação profissional, de acordo com as necessidades de cada localidade, são parte das ações que, entre outras iniciativas, possibilitarão que o cidadão trabalhe e ganhe seu próprio sustento.
No estado, o projeto está em fase final de escuta e participação social, em um trabalho que visa subsidiar com números e informações de todos os Territórios de Identidade, o banco de dados para a formatação do Programa de Governo Participativo – PGP.
Coordenador do Programa BSF, Tiago Pereira pontua que a arrecadação e distribuição dos alimentos foram ações emergenciais e que continuam ativas. Agora o grupo envolvido diretamente, que conta com representantes de 15 secretarias, “trabalha nos aspectos estruturantes”, afirma.
Os levantamentos territoriais, que estão em curso, serão apresentados e debatidos na Conferência Estadual. Prevista para os acontecer entre 17 e 19 deste mês, vai mobilizar os representantes territoriais durante a semana mundial de alimentação.
Com sete eixos temáticos, entre outras iniciativas, a proposta estadual visa apoiar a população no acesso ao mercado de trabalho que ganha espaço com a execução do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), pois movimenta a economia em geral, gerando emprego e renda.
Também o Plano Safra da Agricultura Familiar vai facilitar a produção nas pequenas propriedades rurais, aumentando a produção de alimentos.
“O programa nacional trás novas perspectivas ao estado”, afirma Pereira, acrescentando que “agora, com o Brasil sem Fome, as nossas ações serão reforçadas”. Ele assegura que os detalhes para a implementação do programa federal ainda serão discutidos entre o estado e a União.
Ainda de acordo com o coordenador do BSF, a mobilização da sociedade tem sido muito positiva. Além das doações voluntárias nos pontos de coleta em todos municípios, existem empresas doadoras.
“Temos cerca de 120 empreendimentos privados que colaboram regularmente, somando a maior parte do que está sendo arrecadado”, conta. Os estudos sobre as regiões com o maior número de pessoas em situação de insegurança alimentar apontam que essa população está concentrada principalmente nas áreas urbanas e quanto maior a cidade, maior o percentual de famílias necessitadas de ajuda. A Tarde
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