Professor de ciência política da Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Cláudio André acredita que o vice-governador da Bahia, Geraldo Jr. (MDB), precisará reforçar sua ligação com a esquerda soteropolitana para ter uma candidatura competitiva este ano, quando vai disputar o comando da cidade contra, entre outros candidatos, o prefeito Bruno Reis (UB).
A análise do professor foi feita com base nas últimas pesquisas sobre a sucessão municipal em Salvador, divulgadas no ano passado. Na primeira, da Numem Data, em parceria com este Política Livre, Bruno aparece com 55,1% das intenções de voto contra 12,3% de Geraldo Jr. Em levantamento da AtlasIntel, divulgado no último dia 31, o prefeito crava 51,9%, enquanto Geraldo tem 12% e Kleber Rosa (PSOL), 10%.
“A candidatura de Geraldo precisa trabalhar bastante para conseguir se apresentar como projeto na cidade e vejo que os números mostram isso claramente. Não há grandes sobressaltos na avaliação de Bruno e isso se reverte em expectativa de voto. Agora, Geraldo e Kleber apresentam-se como um cenário em que o nome do MDB vai precisar contar com a esquerda para chegar nos 35% que foi o que Jerônimo teve em 2022 na capital baiana”, lembrou.
Essa “disputa” com o pré-candidato do PSOL, afirma Cláudio André, reforça a necessidade de um nome mais ligado à esquerda na chapa com Geraldo.
“Eu vejo que, do ponto de vista das pesquisas, que estão quase como uma enquete, para o prefeito, se confirma seu favoritismo. Uma situação nova é que o prefeito apresenta uma discurso que não é orientado pelo antipetismo, sobretudo pelo União Brasil compor o governo Lula, e a gente tem uma candidatura única do campo do governo do Estado, mas que está mais inclinada à centro-direita. Isso vai reforçar que a esquerda dispute esse lugar na chapa, para gerar equilíbrio político”, apontou.
Este Política Livre noticiou, porém, que o governo Jerônimo faz, por ora, um movimento inverso ao do que é sugerido pelo cientista político. O grupo comandado pelo petista tenta tirar partidos da base de Bruno Reis – a exemplo do PP e do Republicanos, legendas que estão longe de qualquer identificação com a esquerda. A ideia seria ofertar a esses partidos o posto na chapa de Geraldo Jr. Alexandre Galvão/Política Livre
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