10 condenados pelos atos de 8/1 quebraram tornozeleira e fogem do Brasil por 2 fronteiras

 


Reportagem publicada pelo UOL revela que ao menos dez militantes bolsonaristas condenados ou investigados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 deixaram o Brasil.


Levantamento feito pelo portal aponta que 51 pessoas suspeitas de participar de atos após as eleições presidenciais de 2022 têm mandados de prisão em aberto ou fugiram após quebrar as tornozeleiras eletrônicas.


Entre elas, a reportagem identificou dez pessoas que fugiram para o exterior neste ano pelas fronteiras de SC e RS (veja abaixo quem são os fugitivos). Os destinos delas foram a Argentina e o Uruguai.


Sete dos fugitivos já foram condenados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a mais de dez anos de prisão por participarem de tentativa de golpe de Estado no 8 de Janeiro.


Seis dos dez fugitivos são mulheres, e a maioria é de estados do Sul (PR e SC) e do Sudeste (SP e MG). A idade média deles é de 50 anos.


Segundo o UOL, o levantamento foi feito com base em registros do STF e CNJ (Conselho Nacional de Justiça), como ordens de prisão, e em entrevistas com parentes, investigadores, amigos e advogados.


Um dos fugitivos —que se considera um exilado político— faz até campanha em redes sociais para financiar sua permanência no exterior. O pedreiro Daniel Bressan tenta vender produtos e já ofereceu até uma rifa de um Fiat Uno 2015.


Procurados, o STF e a PF não se manifestaram sobre as buscas. Não há alertas públicos da Interpol (polícia internacional) pelos fugitivos.


Os advogados dos investigados e réus negam que eles tenham depredado prédios públicos ou participado de tentativa de golpe de Estado nos ataques de 8 de janeiro. Alguns afirmaram que estavam nos prédios dos Três Poderes apenas para se protegerem de bombas lançadas por agentes de segurança.


QUEM SÃO OS FUGITIVOS


Ângelo Sotero, músico, 59 anos, de Blumenau (SC)


Foi condenado a 15 anos e meio de prisão por tentativa de golpe de Estado e associação criminosa armada no 8 de Janeiro.


Gilberto Ackermann, corretor de seguros, 50 anos, de Balneário Camboriú (SC)


Ele pegou 16 anos de prisão por participar do 8 de Janeiro invadindo o Palácio do Planalto. Foi condenado por tentar um golpe de Estado e por deterioração do patrimônio tombado, entre outros crimes. Ele nega ter quebrado objetos no local.


Raquel de Souza Lopes, 51 anos, de Joinville (SC)


Luiz Fernandes Venâncio, empresário, 50 anos, de São Paulo (SP)


Ele é réu em ação penal no STF pelos ataques golpistas do 8 de Janeiro.


Flávia Cordeiro Magalhães Soares, empresária, 47 anos


Alethea Verusca Soares, 49 anos, de São José dos Campos (SP)


Foi condenada pelo STF a 17 anos de prisão por tentar um golpe de Estado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada.


Rosana Maciel Gomes, 50 anos, de Goiânia (GO)


Foi condenada a 14 anos de prisão por tentar um golpe de Estado e dano qualificado, entre outros crimes.


Jupira Silvana da Cruz Rodrigues, 58 anos, de Betim (MG)


Foi condenada em setembro a 14 anos de prisão por tentar um golpe de Estado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa. Jupira entrou no Palácio do Planalto, mas nega a acusação do MPF (MInistério Público Federal) de quebrar vidros e objetos.


Daniel Luciano Bressan, pedreiro e vendedor, 37 anos, de Jussara (PR)


Réu em ação penal, ele foi acusado pela PGR de participar dos ataques golpistas do 8 de Janeiro. Daniel nega ter entrado no Palácio do Planalto.


Fátima Aparecida Pleti, empresária, 61 anos, de Bauru (SP)


Foi condenada a 17 anos de prisão por tentar dar um golpe de Estado e tentar abolir o estado democrático de direito. Depois do quebra-quebra em Brasília, ela foi detida, mas conseguiu liberdade condicional mediante o uso de tornozeleira.

(Infosaj)


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