Menino de 3 anos com a doença dos ‘ossos de vidro’ passa pela 1ª cirurgia reparadora via SUS na BA

 


O pequeno Valentin Dória, de três anos, foi a primeira criança com osteogênese imperfeita a passar por cirurgia reparadora feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na Bahia. O procedimento foi realizado no Hospital Ortopédico do Estado, em Salvador. A operação aconteceu no dia 19 de junho e o menino já se recupera em casa.

Na ocasião, o pequeno paciente passou quatro horas no centro cirúrgico. A doença é genética e causa deficiência crônica na produção de colágeno, que deixa os ossos muito frágeis. Valentin, por exemplo, já sofreu sete fraturas, uma média de duas por ano.

Para conter o avanço da osteogênese imperfeita, conhecida popularmente como “doença dos ossos de vidro”, médicos implantaram uma haste de titânio em cada fêmur, maior osso do esqueleto humano, que fica nas coxas e possibilita a movimentação do quadril através da articulação com a bacia. O objetivo é que a estrutura óssea seja reparada e as pernas não fiquem tortas.

“A partir do momento em que ele vai crescendo, a haste cresce junto com o osso. Isso permite que ele tenha todo o desenvolvimento possível”, explicou o médico Roger Alencar, diretor geral do hospital.

Que venham os primeiros passos

Após a cirurgia, o baianinho vai passar por um período de reabilitação, para que a musculatura das pernas sejam fortalecidas. Esse processo pode durar um ano e envolve muitas sessões de fisioterapia, incluindo exercícios em piscina.

A família de Valetin, que mora na Região Metropolitana de Salvador, conta os dias para que o tratamento se inicie. Todos os parentes estão na expectativa de assistir aos primeiros passos do garoto, que ainda não caminha. “É uma oportunidade que a gente tem para que ele venha a andar e tenha uma vida normal, que nem as outras crianças”, disse o pai, Alex Dória.

Segundo a mãe, Gisele Lopes, um dos sonhos de Valentin é algo comum, que faz parte da rotina dos meninos da mesma idade dele, mas que ainda não é possível: frequentar uma sala de aula. “Ele pede para ir para a escola, mas por causa da situação, nós ainda não deixamos. Agora, com certeza, ele vai no ano que vem”, comemorou. G1

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